TÉCNICAS BÁSICAS PARA REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
Algumas das principais técnicas básicas para
representação gráfica à mão-livre, utilizadas como meio expressivo nos
trabalhos da disciplina de representação gráfica.
Desenho, pintura e colagem
Desenho: técnica
de grafar sobre uma superfície, utilizando pigmentos secos ou úmidos,
geralmente oferece base para a pintura.
Pintura: comumente
associada aos métodos úmidos de representação,
é a técnica de aplicar pigmento a uma superfície com a finalidade de
acabamento, acrescentando cor, matizes, tonalidades e texturas.
- Técnicas secas de desenho e pintura: grafite, carvão, giz de cera e pastel, lápis de cor, lápis crayon e contè, canetas esferográfica e tinteiro entre outras.
- Técnicas úmidas de desenho e pintura: nanquim aguada, marcador hidrográfico, aquarela, óleo, guache, e acrílico entre outras.
Colagem: Do
termo francês collage é a tecnica
base de fazer papel, papelão, tecido e outros materiais planos, aderirem a uma
superfície, como complemento ao desenho e a pintura.
- Découpage: colagem de recortes diversos sobre objetos tridimensionais com finalidade decorativa.
- Assemblage: colagem entre objetos tridimensionais equilibrados entre sí.
CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DOS MATERIAIS EXPRESSIVOS
Veremos abaixo algumas das propriedades e
características gerais dos principais materiais utilizados para a representação
gráfica à mão-livre, assim como na execução das técnicas expostas acima.
GRAFITE, CARVÃO, LÁPIS E CANETAS
Grafite
Composto mineiral mais comum e utilizado para técnicas de
esboço e traçagem a seco. Usualmente comercializado em forma de mina ou de
lápis, em diferentes composições.
Composição e denominação
- Macios: 2B,3B...8B (usuais)
- Intermediários: H,F,HB,B
- Duros: 2H,3H...8H (usuais)
Lápis e lapiseiras para grafite
Lápis e lapiseiras na verdade são a estrutura rígida para
minas de grafite. A numeração dos lápis em geral segue a denominação dada ao
tipo de grafite, sendo que nas lapiseiras a denominação é referente a espessura
do traço.
- Espessuras de lapiseiras: 0.3mm(sépia), 0.5mm(preto), 0.7mm(azul), 0.9mm(amarelo), 1.0 mm (mais usuais), para cada espessura de lapiseira será necessário adquirir espessuras de grafite.
Carvão
Composto vegetal para técnicas de esboço e traçagem a
seco. Com maior maciez e plasticidade em relação ao grafite é usualmente
comercializado em forma de mina, apresentado também como lápis do tipo crayon e
contè.
Lápis crayon, contè e dermatográfico
Lápis tipo crayon, contè e dermatográfico apresentam
variedade de cor e qualidade mais refinada do que as minas simples de giz,
produzindo um traço mais delineado. A denominação para a composição destes
lápis é semelhante as adotadas para os lápis de grafite. O tipo contè tem
composição mais gordurosa do que o tipo crayon, enquanto o dermatográfico é
basicamente gorduroso e ideal para marcar metal, vidro e acetato.
Lápis de cor, giz de cera e pastel
Lápis de cor, giz de cera e pastel, são basicamente
utilizados como técnica seca para colorização. O lápis de cor pode ser comum ou
aquarelável, enquanto o giz patel é mais refinado do que o giz de cera, e
encontrado nas versões seca e oleosa.
Canetas
Dos mais diferentes tipos e formas, as canetas servem
como auxiliares nas técnicas secas e úmidas, detalhamento, texturização e
finalização de desenhos e pinturas.
Alguns tipos de canetas
- Caneta esferográfica: caneta de uso comum, útil para esboços, croquis, texturas livres.
- Caneta nanquim: tubulares ou descartáveis, a base de tinta sintética, úteis para acabamentos, cobertura de desenhos e arte final (possuem numeração de espessura semelhante à lapiseiras).
- Caneta pincel: semelhante a caneta nanquim descartável, porém com ponta flexível possibilitando diferenças de espessura num mesmo traço, ideal para desenhos livres.
- Marcadores hidrográficos: markers e canetas hidrográficas são utilizados para a colorização, cobrir áreas e texturizar.
TINTAS E PINCÉIS
Tintas
Mais empastadas ou aquosas, cada tipo de tinta terá
propriedades quimico-físicas diferenciadas, necessitando de materiais e
técnicas diversificados para a pintura.
Alguns tipos de tintas
- Nanquim: líquida, comercialmente sintética, pode ser usada pura ou diluída em água para técnica chapada ou de nanquim aguada.
- Guache: pastosa, solúvel em água, utiliza-se como técnica chapada, proporcionando acabamento uniforme e aveludado.
- Aquarela: líquida(ecoline), pastosa ou em pastilha sólida, a aquarela proporciona uma cobertura suave, aquosa e translucida, com tonalidades dispostas por camadas.
- Acrílica: propriedades muito semelhantes ao guache, porém menos pastosa e mais resistente.
- Óleo: pastosa, não solúvel em água, com propriedades típicas de texturização e secagem lenta, aplicável em suportes mais rígidos como madeira e tela.
Pincéis
Utilizados para técnicas úmidas de pintura e colagem,
derivam de qualidade de acordo com o material, podendo ter sua virola constituída
de cerdas ou de pêlos (cerdas sintéticas, pêlo de porco, boi, camelo, marta
vermelha). Os pincéis de cerdas são ásperos enquanto os de pêlo são macios. Cada
técnica de pintura necessita de um padrão de cerdas adequado e seus tamanhos
são denominados por numerações:
- Numerações: variam numericamente de tamanhos 00 à 16, sendo a largura do cabo proporcional ao tamanho - nº01...nº5 (virolas estreitas), nº6...nº11 (virolas cerdas intermediárias), nº12 à 16... (virolas largas).
Tipos comuns de virolas
- Pincéis chatos: de virola espatulada, os de pêlo curto são chamados “brights”. Permitem uma pincelada extensa e suave que mantém a forma retangular. Uso comum em tintas mais encorpadas, óleo, guache, acrílica, mas podem ser usados com bons efeitos de definição na aquarela.
- Pincéis redondos: muito utilizados para tintas aquosas, nanquim e aquarela, servem para aguadas em grandes superfícies e umidecimento de papel, sendo que os pontiagudos são ideais para a definição de pequenos detalhes.
- Filberts: tem virolas achatadas mas na verdade são feitos como pincéis redondos.Tem pontas redondas que combinam as melhores características entre os dois tipos de pincéis.
PAPÉIS
Obtidos à base da celulose da madeira, os papeis
apresentam diferentes características de porosidade, resistencia e
texturização, sendo encontrados comercialmente numa enorme variedade de cores,
formatos e gramaturas:
- Gramaturas: abaixo de 70g (espessura fina, recomendável para overlay e decalque e dobraduras tipo origami), entre 70g e 120g (espessura intermediária, uso comum, recorte, desenho, colagem, técnicas secas), entre 120g e 240g (espessura grossa, arte-finalização, técnicas úmidas, dobraduras tipo cartonagem).
Alguns tipos de papel
- Sulfite: papel comercial de uso comum, opaco, porosidade regular e apergaminhado.
- Canson: amarelado ou branco, poroso e de boa resistência, recomendável para tecnicas secas e úmidas de acordo com a gramatura.
- Couchê: papel especial de superfície muito lisa e uniforme, porosidade baixa, opaco ou brilhante, próprio para impressões offset, interessante para trabalhos em nanquim e marcadores hidrográficos.
- Vergê: ranhurado com pequenas linhas horizontais, bom para corte e texturização em técnicas secas.
- Sulfurizê: transparente, de textura rugosa e áspera, muito usado para camada de proteção (overlay) e decalques.
- Vegetal: transparente, de textura firme e lisa, usado para projetos técnicos à nanquim, proteção (overlay) e decalques.
- Kraft: rugoso e áspero, de cor amarronada, comumente utilizado para embrulhos, recomendável para técnicas secas como crayon e pastel.
OUTROS MATERIAIS
Materiais de uso corriqueiro que usualmente servem à
limpeza ou como apoio à manutenção, correção, medição, fixação e corte.
- Materiais de limpeza: flanela, escovas, detergentes e solventes.
- Materiais de apoio: borrachas, lichas, esfumadores, réguas, estiletes, tesouras, fitas adesivas, colas, paletas, godês e estojos.
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